CURSO BÍBLICO: FUNDAMENTOS DA FÉ CRISTÃ
Prof. Eliseu Pereira (eliseugp@yahoo.com.br)
LIÇÃO 2
Texto devocional: “Antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vossos corações, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós” (1 Pedro 3.15).
[1] Revisão
a. Santificai ao Senhor Deus: Santificar a Deus: honrar o nome de Deus pelo modo de viver (ver Mt 6.9 – “Santificado seja o teu nome”;).
b. Sempre preparados: estudar a Palavra de Deus; conversar; meditar: discernimento, compreensão da Palavra de Deus (Salmo 1.1); orar;
c. Para responder: a igreja é coluna e baluarte da verdade (1 Tm 3.14-16);
[2] A todo aquele que vos pedir: quem é “todo aquele”?
a. Quanto à religião:
i.Religiosos praticantes: católicos, espíritas, budistas, muçulmanos, etc;
ii.Religiosos nominais: professa uma religião mas não pratica;
iii.Sincretista (religião informal): misto de crenças; religião pessoal;
iv.Esotéricos (misticismo interior): nova era, astrologia, seitas orientais, etc;
v.Ateus: negação da existência de Deus;
vi.Agnósticos: ateísmo leve – é impossível saber se Deus existe ou não;
vii.Seculares ou sem religião: “desigrejados” ou “sem-Bíblia”;
b. Quanto ao caráter: não são necessariamente imorais ou pervertidos; há pessoas de boa índole moral e cumpridora dos deveres; o ser humano, mesmo decaído é moral e carrega a imagem de Deus;
c. Quanto ao foco de interesse: interessadas no agora e não na vida além; estão mais angustiadas com a dúvida do que com pecado e culpa; vivem sem absolutos, tudo é relativo; não há certezas;
d. Quanto ao dilema: todo homem sem Deus vive em tensão entre o seu estilo de vida e a realidade; sofre angústia, solidão, baixa auto-estima, insegurança;
e. Quanto à orientação: busca do prazer; ‘complexo de vítima’, relativismo;
f. Quanto ao conhecimento de Deus: às vezes não têm convicção intelectual do que crêem ou não crêem; alguns consideram a fé um escapismo;
g. Quanto ao conhecimento do cristianismo: sabem muito pouco sobre a fé cristã, sobre a Bíblia ou Deus; têm opinião negativa da igreja e dos crentes;
h. Quanto a liberdade de crer: a fé não é de todos; o deus deste século tem cegado o entendimento de muitos para que não creiam (2 Co 4.4);
[3] Razão da esperança cristã:
a. A fé é racional: a fé cristã não é ‘pulo no escuro”; é necessário expor as razões da fé antes de convidar uma pessoa a decidir;
b. Exemplos: observe os verbos utilizados para descrever o modo como Paulo evangelizava: “anunciar” (At 13.5; 14.21, 25); “persuadir” (At 13.43; 18.4; 19.8); “contradizer” os oponentes judeus (At 13.45); “arrazoar” (At 17.2); “expor” e “demonstrar” (At 17.3); “dissertar” (At 17.17; 19.8), “discorrer” (At 18.4; 19.9); “testemunhar” (At 18.5); “pregar” (At 18.19); “falar ousadamente” (At 19.8);
c. A fé cristã é comunicável: é fundamental falar de modo que as pessoas entendam; exemplos:
i. Jesus falou de peixe com os pescadores da Galiléia (ex Mt 13.47-50) e de ovelhas com os pastores do sul (Jo 10);
ii. Paulo falava da lei para judeus (At 13.16-41); da natureza com pagãos (At 14.8-18) e de filosofia aos gregos (At 17.16-31);
d. A fé cristã é relacional:
i.Relação com Cristo: não há conhecimento de Deus sem Deus; o conhecimento de Deus é de Deus; somente Deus pode lançar luz sobre o conhecimento dele mesmo;
ii.Relação com as pessoas: não há evangelização sem relacionamento com o outro; se não conhecermos a mente das pessoas ao nosso redor como vamos comunicar o evangelho?
e. A fé cristã é universal: pode ser apresentada de modo fundamentado a qualquer pessoa de qualquer lugar e de qualquer classe; se cremos que Deus é o Criador de todas as coisas e que o homem foi criado à imagem de Deus, então concluímos que o evangelho deve fazer sentido para todos os homens;
[4] Com mansidão e temor:
a. Amor: é a melhor apresentação e defesa do evangelho;
b. Primeiro mandamento: amar a Deus acima de todas as coisas;
c. Novo mandamento: Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros;
d. Amor ao próximo: tratar a todos com amor; toda pessoa tem um ponto de tensão que precisa do toque de Deus; se a essência do Deus Criador é amor, então todo homem, criado à imagem de Deus, é sensível ao amor;
e. Mansidão: o cristão deve abordar a pessoa com humildade e amor e não com atitude de disputa;
f. Fé e amor: a fé atua pelo amor (Gl 5.6); o amor romântico sem ortodoxia é ‘salto de fé’; a ortodoxia sem amor real é letra morta.
g. Luz e calor: o fogo da candeia ilumina (revelação), mas também aquece (amor); assim como não é possível separar o calor da luz do fogo, também não é possível separar a fé cristã do amor; amor e doutrina;
[5] Boa consciência e fé cristã
a. Consciência: faculdade do espírito humano; a consciência do cristão foi purificada pelo sangue de Jesus (Hb 9.14; 10.22);
b. Exame de consciência: o cristão deve discernir os sinais da consciência a fim de verificar de a condenação é legítima ou espúria (1 Jo 3.20,21);
c. Paulo: “Ora, o fim do mandamento é o amor de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida... Conservando fé e boa consciência, a qual alguns, rejeitando, fizeram naufrágio na fé” (1 Tm 1.5,19; 3.9).
[6] Naquilo que falam contra vós, fiquem envergonhados:
a. Falam contra vós: as pessoas não esperam perfeição, mas coerência e realidade; quando os não-cristãos vêem a conduta individual e coletiva dos cristãos eles se sentem atraídos e crerão se encontrarem realidade;
b. Fiquem envergonhados: os não-cristãos precisam ver que a fé em Deus produz cura substancial, integral que se demonstra na transformação da vida;
c. Cura substancial: os não-cristãos precisam ver que a fé apregoada produz realidade.